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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 488-2

488-2

PERFIL ANTIBACTERIANO E QUÍMICO DE ASPERGILLUS SP. DO BIOMA AMAZÔNICO

Autores:
Ana Luísa Rodrigues Lima (ILMD - Instituto Leônidas e Maria Deane) ; Clarice Virginia Santos Goiabeira (ILMD - Instituto Leônidas e Maria Deane) ; Carolina Rabelo Maia (ILMD - Instituto Leônidas e Maria Deane) ; Dandara Brandão Maria (ILMD - Instituto Leônidas e Maria Deane) ; Ormezinda Celeste Cristo Fernandes (ILMD - Instituto Leônidas e Maria Deane) ; Josy Caldas Rodrigues (ILMD - Instituto Leônidas e Maria Deane)

Resumo:
A biodiversidade da Amazônia tem despertado um grande interesse para prospecção de ativos de origem microbiana, pois representam um enorme reservatório de metabólitos pouco explorados ou desconhecidos. Dentro da diversidade microbiana, os fungos são considerados como importantes fontes de novos metabólitos naturais com pronunciada atividade antibacteriana, antifúngica, antiviral, antioxidante, antitumoral, dentre outras. Considerando a necessidade de novas pesquisas sobre a busca de biomoléculas bioativas e a possibilidade da obtenção de novos bioprodutos oriundos de fungos do gênero Aspergillus muito comuns nos ecossistemas terrestres da Amazônia, esta pesquisa teve como objetivo investigar a ação antibacteriana de espécies de Aspergillus do acervo da Coleção de Fungos da Amazônia- CFAM, isoladas do bioma amazônico. Para alcançar esse objetivo, 20 culturas fúngicas preservadas em água destilada foram reativadas em ágar extrato de malte e mantidas a 28 oC por 7 dias, em estufa. As colônias que mostraram viabilidade celular foram repicadas para o meio de cultura ágar YES [ágar extrato de levedura 2% (p/v) e sacarose 20% (p/v)] para extração a frio em acetato de etila (AcOEt) dos metabólitos secundários. Os extratos obtidos foram avaliados quanto à atividade antibacteriana frente a bactérias multirresistentes, de origem clínica, pela técnica de difusão em ágar por poço, e a determinação da concentração inibitória mínima-CIM, foi realizada pelo método de microdiluição em caldo. Os extratos orgânicos que inibiram as bactérias na menor concentração tiveram os seus constituintes químicos revelados por cromatografia de camada delgada-CCD. Com base nos resultados obtidos, observou-se que dentre os extratos fúngicos avaliados por difusão em ágar por poço, o extrato de Aspergillus sp. 1 inibiu o crescimento de Staphylococcus aureus MRSA ATCC 43300; o Aspergillus sp. 4 inibiu o crescimento de S. aureus MRSA ATCC 43300 e Escherichia coli CBAM 0001 e o extrato de Aspergillus sp. 8 inibiu E. coli CBAM 0001, com CIM variando de 250 a 15,6 μg/mL. Os ensaios da CCD sugeriram a presença de substâncias de grupos de ligações duplas conjugadas, flavonoides, esteroides ou terpenos e substâncias fenólicas. Segundo a literatura terpenos, flavonoides, alcaloides, são classes químicas bastante procuradas por pesquisadores por apresentarem diversas atividades farmacológicas como, as atividades antiviral, antitumoral, anti-inflamatória, antimicrobiana, antioxidante, hormonal, dentre outras. Dessa forma, os extratos de Aspergillus spp. avaliados nesse estudo se mostraram promissores, apresentando moléculas pertencentes a uma grande variedade de classes químicas já conhecidas por serem produtoras de atividade antimicrobianas, entre outras. Espera- se que os resultados dessa pesquisa possam auxiliar na busca e no desenvolvimento de novos fármacos com ação antibacteriana a partir de substâncias produzidas por espécies de Aspergillus da Amazônia e que possam ser utilizadas como fontes alternativas para combater cepas bacterianas multirresistentes de importância clínica.

Palavras-chave:
 Amazônia, Escherichia coli, Potencial antibacteriano, Resistência Bacteriana, Staphylococcus aureus MRSA.


Agência de fomento:
FAPEAM